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Hábitos alimentares: impactos sobre nós e nosso planeta

Já parou para pensar nas consequências de nossos hábitos alimentares para o nosso organismo e para o nosso planeta?

Pensar no impacto do que comemos tem se tornado mais frequente, contudo, ainda há um longo caminho até que a maioria de nós se conscientize do que realmente está envolvido na escolha diária do que colocamos em nossos pratos.

Desde os danos ao nosso próprio organismo, até as consequências geradas pelo processo de produção ou industrialização, nossos hábitos alimentares têm um poder maior do que podemos imaginar num primeiro momento. Algo tão simples e essencial, comer é política, é
história e é arte…

Nesse contexto, lembramos o que diz Vanguart (um grupo musical de muito bom gosto) na música “Demorou para Ser”, que “enquanto eu tiver saúde, enquanto eu estiver de pé…”complemento, tudo será sempre possível, lutar, batalhar, construir, recriar, recomeçar e justamente lutar para ter essa saúde deve ser, então, nossa maior e grande meta, para justamente seguirmos adiante com todo o resto que sonhamos e queremos.

E nessa luta desarmada, de coração em mãos, o melhor trunfo é sustentar um corpo são e forte e uma alma firme em propósitos leves e justos ligados à saúde. Como as que trazem consigo as pessoas adeptas de uma alimentação à base de plantas, e principalmente, do veganismo, sem radicalismo, sem imposições, mas adotando um passo de cada vez, na conquista de seu próprio território íntimo mais saudável.

A alimentação vegetariana

O pressuposto da alimentação vegetariana é o não consumo de nenhum tipo de carne ou produto derivado de animais, tais como leite, ovos, gelatina ou mel. É um processo, que com o tempo vai se aprimorando e logo, as escolhas e hábitos alimentares assumem novo sentido,
novos papéis, buscando sutilezas de acompanhamento nos processos de produção das marcas consumidas, a ponto de conhecer, por exemplo, que alguns fabricantes de vinhos usam espinhas de peixe ou proteínas animais como parte dessa fabricação.

Mas não para por aí. Outro desafio para os adeptos à alimentação vegetariana realmente engajados, além de conhecer a fundo como são, de fato, constituídos os alimentos e produtos que consomem, é como nutrir o corpo e o planeta, com alimentos compostos de nutrientes
indispensáveis como vitamina D, cálcio, ferro, ômega-3 e proteínas.

E quando se fala em nutrição, nada como boa orientação nutricional para apoiar a criação de hábitos alimentares saudáveis logo no começo da jornada. Tudo isso perpassa por escolhas, que vão desde os grãos – bons aliados da alimentação à base de plantas – leites vegetais, que podem ser de aveia, amêndoas ou outras inúmeras fontes, legumes, frutas em geral e cereais.

De fato, não há como pensar em impactar positivamente o nosso organismo com uma alimentação vegetariana sem pensar no consumo de alimentos ricos em proteína vegetal, como leguminosas (feijões, grão-de-bico, lentilha, ervilha seca, fava e soja), cereais (quinoa, aveia e amaranto), além de oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, pecãs, pistache, avelã e macadâmia), os quais também são componentes fundamentais para o equilíbrio da dieta.

Destaque-se que é realmente imprescindível procurar manter em todas as refeições a presença dos carboidratos de boas fontes (aveia, frutas, arroz integral e milho). E quando falamos na alimentação à base de plantas para atletas, torna-se mais relevante ainda o acompanhamento de um nutricionista, especialmente para o caso dos atletas de alta performance, para os quais normalmente são indicados o consumo de substâncias fitoquímicas e antioxidantes, com vistas a reduzir os efeitos de radicais livres produzidos pelo aumento excessivo da respiração, sempre consumindo antes do treino e da competição carboidratos de boas fontes e depois ingerindo uma boa e equilibrada combinação de carboidratos, proteínas e antioxidantes provenientes de frutas, legumes e verduras.

Saúde do corpo, saúde do planeta

Falar de hábitos alimentares, de veganismo, de nutrição e de balanceamento alimentar é falar de melhor saúde. São inúmeros os estudos já realizados ao redor do mundo por universidades conhecidas com o intuito de comparar a qualidade da saúde de quem assume frontalmente o veganismo e de pessoas com escolhas onívoras.

A conclusão é de que a alimentação vegetariana ajuda a diminuir a incidência de doenças graves, como o câncer, e os problemas no coração. No que tange à questão da expectativa de vida em si, porém, a avaliação deve ser direcionada também para outras vertentes, como a prática de atividades e exercícios físicos e outros fatores de qualidade de vida.

Certamente, as dietas vegetarianas tendem a envolver o consumo de importantes nutrientes: fibras, ácido fólico, vitaminas C e E, magnésio, gordura insaturada e toneladas de fitoquímicos. Isso se traduz em colesterol mais baixo, risco reduzido de doenças cardíacas, pressão arterial mais baixa e peso mais saudável.

Se engana quem pensa que uma alimentação à base de plantas é “apenas” boa para a saúde. Tudo isso porque, abdicar o consumo de derivados de animais poupa os animais – e muito, mas também, conserva o meio ambiente. Você sabia que os alimentos menos eficientes em termos energéticos são os produtos de origem animal? Aqui devemos falar principalmente das carnes bovinas, de cordeiro e de cabra.

Isso ocorre porque a produção da carne bovina requer até 20 vezes mais recursos e emite 20 vezes mais emissões de gases de efeito estufa do que a produção de vegetais. Aves e suínos usam um pouco menos energia, mas ainda são emissores muito maiores do que produtos
vegetais.

Dando um zoom out, é importante ressaltar ainda o quanto o Brasil é um país de contrastes, ou seja: um país de famintos ou desnutridos ou obesos ou altamente mal alimentados em qualidade, quadros antagônicos e incoerentes para a qualidade e quantidade de riquezas naturais que produzimos, vendemos e exportamos mundo a fora.

Especificamente sobre o grave quadro da fome no Brasil, a Organização das Nações Unidas – ONU, estimou aproximadamente 5,2 milhões de brasileiros passando fome em 2017, uma mudança não muito significativa acerca da realidade anterior de 2014 (5,1 milhões), o que
nem próximo se comparado aos já altos 20,9 milhões de 1999 de, então, considerados desnutridos. Agora, no Brasil pós-pandemia, são 19 milhões de pessoa em situação de fome, segundo dados de 2020 da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e
Nutricional (Penssan).

Um dos fatores relevantes, entretanto, conforme com outros estudos apresentados, tem relação com as mudanças climáticas, indicando que elas vêm acrescentando peso significativo à nova realidade da volta da fome no Brasil, da mesma forma como seu combate é o caminho para o crescimento do empreendedorismo nacional, para o sinal verde e aceitação da produção rural sustentável e o alastramento consciente do veganismo.

O alerta é o de que caso o país não prossiga seriamente com a adoção de suas medidas climáticas, bem como se os diversos setores não se engajarem verdadeiramente, a problemática tende a aumentar e a produção agrícola brasileira poderá vir novamente a ser afetada como ocorreu no período entre 2011 e 2016.

Num último olhar, sem é claro esgotar o tema, nossas escolhas e hábitos alimentares também perpassam por pensar na questão da mobilidade urbana, em novas formas de transporte viáveis e sustentáveis, onde as ciclovias, por exemplo, se tornam meios mais adequados e verdadeiras veias respiratórias nas estruturas das cidades.

E por mais que países e cidades se desenvolvam a tal grau de automatização, aonde as atividades físicas venham a ser mais obrigatórias do que voluntárias, espera-se que sempre haverá nesses meios algum grau de movimento interativo possível, lembrando o exercício físico habitual, por mais que motorizados, porém exigindo um mínimo de melhor condicionamento que, por sua vez, ensejará alguma vontade de pensar um melhor hábito de vida, uma melhor alimentação, retroalimentando, assim, todo o ciclo de melhorias individual, local e nacionalmente.

Tudo isso nos faz refletir que com todas essas peças encadeadas, é fundamental que tratemos, cuidadosamente, nossas possibilidades diversas de hábitos alimentares.

Há de fato, muito a melhorar. Muito a querer, tentar, buscar e conseguir ser. A mudança para um mundo mais justo, mais criativo e mais sustentável pode estar mais perto do que imaginamos, logo ali, na escolha do que colocamos em nossos pratos a cada refeição.

Fonte: Vegan Business.

Vegan Business
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