Moda sustentável: a indústria da moda com menos impacto no mundo
A indústria da moda tem um custo ambiental e social assombroso. À medida que os impactos da indústria da moda em termos de poluição, utilização da água, emissões de carbono, direitos humanos e diferença de gênero vêm à luz, a necessidade de uma mudança para uma moda
sustentável é notória.
A moda é a segunda indústria que mais polui o meio ambiente, só ficando atrás da indústria do petróleo. Por exemplo, para produzir o poliéster são utilizados 70 milhões de barris de petróleo todos os anos, já a viscose requer a derrubada de 70 milhões de árvores e, mesmo o algodão, traz prejuízos ao meio ambiente devido ao uso de substâncias tóxicas em seu cultivo, como os inseticidas e pesticidas.
Neste sentido, a cultura atual de fast fashion influencia significativamente este cenário. Caroline Araújo escreveu no Laboratório de Inovação e Sustentabilidade da UNIFESP (LABIS):
“Os desejos dos clientes são cada vez mais difusos e apressados, promovendo uma vida curta de tendências de moda, que são frequentemente substituídas por outras criadas para satisfazer novas necessidades do mercado.”
Além disso, há uma necessidade de diferenciar a moda sustentável da moda consciente, uma vez que a primeira está relacionada com a forma como o vestuário é produzido e a segunda com o comportamento do consumidor. Nesse contexto, a moda sustentável pode auxiliar na preservação do meio ambiente, pois esse conceito é definido por metodologias e processos de produção que produzem menos impactos para a natureza.
Tecidos sustentáveis
Uma forma de estar mais consciente da moda é comercializar vestuário com tecidos sustentáveis.
Algodão reciclado
O algodão convencional é prejudicial ao meio ambiente devido a toda a quantidade de substâncias tóxicas que são utilizadas durante seu cultivo. Então, o algodão orgânico é uma alternativa mais sustentável e o ideal é que se busque a certificação Global Organic Textile
Standard para garantir esse padrão nas suas peças.
Se quiser ser ainda mais sustentável, o algodão reciclado é o mais aconselhável, pois é feito a partir de resíduos de algodão pós-industrial e pós-consumo, e pode manter o vestuário de algodão fora dos aterros e poupar água e energia.
Cânhamo orgânico
O cultivo do cânhamo ainda não está legalizado no Brasil, mas vale ficar de olho, tanto que, segundo a Exame, foi criada no primeiro mês de 2021 uma Associação do Cânhamo Industrial.
No website da organização está escrito: “O nosso objetivo é contribuir para que o Brasil explore todo o seu potencial económico através de uma regulamentação que permita o cultivo e exploração do cânhamo para fins industriais, com enfoque na produção de fibras, sementes
e seus derivados, de uma forma sustentável”.
Linho orgânico
O cultivo do linho necessita de água e poucos pesticidas, cada pedaço desta planta é utilizado, e uma vez não tingido o produto é 100% biodegradável.
Poliéster reciclado
O poliéster reciclado é uma opção ao produto comum, que utiliza quase metade da energia e é criado a partir de garrafas PET que são decompostas em fibras.
Piñatex
O Vegan Business mencionou recentemente os tênis da Nike feitos a partir deste material e do processo de Ananas Anam para extrair a fibra do abacaxi.
Econyl
O tecido é fabricado pela empresa Aquafil, com resíduos sintéticos tais como: tecidos usados, plástico industrial e redes de pesca no mar, que são reciclados num novo fio de nylon.
Tencel
Produzido pela empresa Lenzing AG, sendo feito de celulose, é criado a partir da dissolução de polpa de madeira. Uma coisa interessante sobre a empresa de produção é que, ao ter um sistema de ciclo fechado, os solventes químicos são reciclados.
Os brechós e a moda sustentável
Comprar e vender roupa em lojas de segunda mão é outra forma de contribuir para a preservação do ambiente, porque a venda de roupa usada aumenta a vida útil de uma peça de roupa. Ademais, por não estar adquirindo uma roupa nova, os gastos de água e de emissão de produtos químicos poluentes nas fábricas também são reduzidos.
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Fonte: Vegan Business.
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